Ó minha querida Irmã! Quereríeis ouvir os segredos que Jesus confia à vossa filhinha. Eu sei que Ele vos confia esses segredos, pois fostes vós que me ensinastes a recolher os ensinamentos divinos. Vou, contudo, tentar balbuciar algumas palavras, embora reconheça ser impossível à palavra humana exprimir coisas que o coração do homem mal pode pressentir.
Não penseis que ando a nadar em consolações. Oh, não! A minha consolação é não ter nenhuma na terra. Sem se mostrar, sem fazer ouvir a sua voz, Jesus ensina-me em segredo. Não é por meio de livros, pois não compreendo o que leio. Mas às vezes vem consolar-me uma palavra como esta que encontrei no fim da oração (depois de ter permanecido em silêncio e secura): «Eis o mestre que te dou, que te ensinará tudo o que deves fazer. Quero fazer-te ler no livro da vida, onde está contida a ciência do Amor».
A ciência do Amor! Ah, sim! Esta palavra ressoa docemente ao ouvido da minha alma. Não desejo senão essa ciência. Perante ela, tendo dado todas as minhas riquezas, penso, como a esposa do Cântico dos Cânticos, nada ter dado… Compreendo perfeitamente que não há nada que nos possa tornar agradáveis a Deus senão o amor; e este amor é o único bem que ambiciono.
Jesus compraz-se em mostrar-me o caminho que conduz a essa fornalha divina; o caminho é o abandono da criancinha que adormece sem medo nos braços do seu pai… «Se alguém for pequenino, venha a mim», disse o Espírito Santo pela boca de Salomão. E este mesmo Espírito de Amor disse ainda que «a misericórdia é concedida aos pequenos».
Em seu nome, o profeta Isaías revela-nos que no último dia «o Senhor conduzirá o seu rebanho para as pastagens, reunirá os pequenos cordeiros e os apertará contra o seu peito». E como se todas essas promessas não bastassem, o mesmo profeta, cujo olhar inspirado mergulhava já nas profundidades eternas, exclamava em nome do Senhor: «Como uma mãe acaricia o seu filho, assim eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e acariciar-vos-ei sobre os meus joelhos».
Ó querida madrinha! Depois de semelhante linguagem, nada mais resta senão calar-nos, chorar de gratidão [1vº] e de amor…
Ah! se todas as almas débeis sentissem o que sente a mais pequena de todas as almas — a alma da vossa Teresinha — nem uma única perderia a esperança de chegar à Montanha do Amor, uma vez que Jesus não pede grandes acções, mas apenas abandono e gratidão.
Não penseis que ando a nadar em consolações. Oh, não! A minha consolação é não ter nenhuma na terra. Sem se mostrar, sem fazer ouvir a sua voz, Jesus ensina-me em segredo. Não é por meio de livros, pois não compreendo o que leio. Mas às vezes vem consolar-me uma palavra como esta que encontrei no fim da oração (depois de ter permanecido em silêncio e secura): «Eis o mestre que te dou, que te ensinará tudo o que deves fazer. Quero fazer-te ler no livro da vida, onde está contida a ciência do Amor».
A ciência do Amor! Ah, sim! Esta palavra ressoa docemente ao ouvido da minha alma. Não desejo senão essa ciência. Perante ela, tendo dado todas as minhas riquezas, penso, como a esposa do Cântico dos Cânticos, nada ter dado… Compreendo perfeitamente que não há nada que nos possa tornar agradáveis a Deus senão o amor; e este amor é o único bem que ambiciono.
Jesus compraz-se em mostrar-me o caminho que conduz a essa fornalha divina; o caminho é o abandono da criancinha que adormece sem medo nos braços do seu pai… «Se alguém for pequenino, venha a mim», disse o Espírito Santo pela boca de Salomão. E este mesmo Espírito de Amor disse ainda que «a misericórdia é concedida aos pequenos».
Em seu nome, o profeta Isaías revela-nos que no último dia «o Senhor conduzirá o seu rebanho para as pastagens, reunirá os pequenos cordeiros e os apertará contra o seu peito». E como se todas essas promessas não bastassem, o mesmo profeta, cujo olhar inspirado mergulhava já nas profundidades eternas, exclamava em nome do Senhor: «Como uma mãe acaricia o seu filho, assim eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e acariciar-vos-ei sobre os meus joelhos».
Ó querida madrinha! Depois de semelhante linguagem, nada mais resta senão calar-nos, chorar de gratidão [1vº] e de amor…
Ah! se todas as almas débeis sentissem o que sente a mais pequena de todas as almas — a alma da vossa Teresinha — nem uma única perderia a esperança de chegar à Montanha do Amor, uma vez que Jesus não pede grandes acções, mas apenas abandono e gratidão.
(Teresa de Lisieux, in 'História de uma Alma', Ms B 1vº, — A minha vocação é o amor (1896- ), Os segredos divinos)
Sem comentários:
Enviar um comentário