8.10.13

Evangelium Diem (8/10/2013) — «Maria, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra»

Evangelho segundo S. Lucas 10,38-42.

Naquele tempo, Jesus entrou numa aldeia. E uma mulher, de nome Marta, recebeu-O em sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra. Marta, porém, andava atarefada com muitos serviços; e, aproximando-se, disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar.» O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.»


Reflexão
Beata Isabel da Trindade (1880-1906), carmelita
Último retiro

«Maria, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra»

«A vossa força está em ter confiança e em permanecer tranquilos» (cf Is 30,15). […] Conservar a nossa força no Senhor é unificar todo o nosso ser no silêncio interior, recolher todas as nossas potências para as ocupar num único exercício de amor; é ter o olhar simples que permite que a luz nos ilumine (cf Mt 6,22). Uma alma que discute com o seu eu, que atende às suas sensibilidades, que cultiva pensamentos inúteis ou qualquer desejo, essa alma dispersa as suas forças, não está ordenada em função de Deus; […] ainda tem demasiada humanidade, está em dissonância.

A alma que guarda ainda alguma coisa no seu próprio reino interior, cuja totalidade das potências não está ainda «encerrada» em Deus, não pode ser um perfeito «louvor da sua glória» (Ef 1,14); não está em condições de cantar sem interrupções o «canticum magnum», o grande cântico de que fala São Paulo, pois a unidade não reina nela; e, em vez de prosseguir no seu louvor através de todas as coisas com simplicidade, tem necessidade de reunir sem cessar todas as cordas do seu instrumento, que andam um pouco à deriva por todo o lado.

E como essa bela unidade interior é indispensável à alma que quer viver cá na terra a vida dos bem-aventurados, isto é, dos seres simples, dos espíritos. Parece-me que o Mestre falava disso quando disse a Maria Madalena: «Uma só coisa é necessária.» Que bem que esta grande santa compreendeu isto! O olhar da sua alma, iluminado pela luz da fé, tinha reconhecido o seu Deus sob o véu da humanidade e, no silêncio, na união das potências, «escutava a sua palavra». […] Sim, ela não sabia mais nada que não fosse Ele.

Fonte: Evangelho Quotidiano (comentário do dia)

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