24.12.13

Adeste Fideles Enya


'Adeste Fideles' - Enya
(lety3181 - YouTube)
Letra (em Latim):

Adeste fideles laeti triumphantes;
Venite, venite in Bethlehem;
Natum videte regem angelorum:

Venite, adoremus,
Venite, adoremus,
Venite, adoremus, dominum!

Deum de Deo, lumen de lumine,
Gestant puellae viscera;
Deum verum, genitum non factum.

Venite, adoremus,
Venite, adoremus,
Venite, adoremus, dominum!

(Cantet nunc io chorus angelorum,
Cantet nunc aula caelestium,)
Gloria in excelsis Deo!

Venite, adoremus,
Venite, adoremus,
Venite, adoremus, dominum!

NOTAS DOS DIAS (Terça e Quarta, 24 e 25 de Dezembro de 2013):

  • (Terça, 24 de Dezembro de 2013):

(Festa da Igreja): VIGÍLIA DE NATAL
A liturgia desta noite fala-nos de um Deus que ama os homens; por isso, não os deixa perdidos e abandonados a percorrer caminhos de sofrimento e de morte, mas envia “um menino” para lhes apresentar uma proposta de vida e de liberdade. Esse menino será “a luz” para o povo que andava nas trevas.
A primeira leitura anuncia a chegada de “um menino”, da descendência de David, dom de Deus ao seu Povo; esse “menino” eliminará a guerra, o ódio, o sofrimento e inaugurará uma era de alegria, de felicidade e de paz sem fim.
O Evangelho apresenta a realização da promessa profética: Jesus, o “menino de Belém”, é o Deus que vem ao encontro dos homens para lhes oferecer – sobretudo aos pobres e marginalizados – a salvação. A proposta que Ele traz não será uma proposta que Deus quer impor pela força; mas será uma proposta que Deus oferece ao homem com ternura e amor.
A segunda leitura lembra-nos as razões pelas quais devemos viver uma vida cristã autêntica e comprometida: porque Deus nos ama verdadeiramente; porque este mundo não é a nossa morada permanente e os valores deste mundo são passageiros; porque, comprometidos e identificados com Cristo, devemos realizar as obras d’Ele.

(Fonte:Evangelho Quotidiano)

  • (Quarta, 25 de Dezembro de 2013):

(Festa da Igreja): NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
A liturgia deste dia convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na incarnação de Jesus… Ele é a “Palavra” que se fez pessoa e veio habitar no meio de nós, a fim de nos oferecer a vida em plenitude e nos elevar à dignidade de “filhos de Deus”.
A primeira leitura anuncia a chegada do Deus libertador. Ele é o rei que traz a paz e a salvação, proporcionando ao seu Povo uma era de felicidade sem fim. O profeta convida, pois, a substituir a tristeza pela alegria, o desalento pela esperança.
A segunda leitura apresenta, em traços largos, o plano salvador de Deus. Insiste, sobretudo, que esse projecto alcança o seu ponto mais alto com o envio de Jesus, a “Palavra” de Deus que os homens devem escutar e acolher.
O Evangelho desenvolve o tema esboçado na segunda leitura e apresenta a “Palavra” viva de Deus, tornada pessoa em Jesus. Sugere que a missão do Filho/”Palavra” é completar a criação primeira, eliminando tudo aquilo que se opõe à vida e criando condições para que nasça o Homem Novo, o homem da vida em plenitude, o homem que vive uma relação filial com Deus.

(Fonte:Evangelho Quotidiano)

14.12.13

A Florzinha de Jesus (5) — 'Nada lhe faltou. Nada, nem sequer a neve...'

Teresinha (noviça)
(Janeiro 1889)
A espera tinha sido longa; mas também que bela festa!... Nada lhe faltou. Nada, nem sequer a neve...
Não sei se já vos falei do meu amor pela neve. De muito pequena, a sua brancura encantava-me. Um dos meus maiores prazeres era passear sob os flocos de neve. De onde me vinha esse gosto pela neve?... Talvez por ser uma Florzinha de Inverno, o primeiro adorno com que os meus olhos de criança viram a natureza embelezada tenha sido o seu manto branco... Enfim, sempre desejara que no dia da minha Tomada de Hábito a natureza estivesse como eu, vestida de branco.

(Teresa de Lisieux, in 'História de uma Alma', Ms A 72rº,
— Postulante e noviça no Carmelo (1888-1890), Tomada de hábito)

11.12.13

Evangelium Diem (11/12/2013) — «Vinde a Mim»

Evangelho segundo S. Mateus 11,28-30.


Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»




Reflexão
Papa Francisco
Encíclica «Lumen fidei / A luz da fé», §18 (trad. © Libreria Editrice Vaticana)

«Vinde a Mim»

A plenitude a que Jesus leva a fé possui outro aspecto decisivo: na fé, Cristo não é apenas Aquele em quem acreditamos, a maior manifestação do amor de Deus, mas é também Aquele a quem nos unimos para poder acreditar. A fé não só olha para Jesus, mas olha também a partir da perspectiva de Jesus e com os seus olhos: é uma participação no seu modo de ver. Em muitos âmbitos da vida, fiamo-nos de outras pessoas que conhecem as coisas melhor do que nós: temos confiança no arquitecto que constrói a nossa casa, no farmacêutico que nos fornece o remédio para a cura, no advogado que nos defende no tribunal. Precisamos também de alguém que seja fiável e perito nas coisas de Deus: Jesus, seu Filho, apresenta-Se como Aquele que nos explica Deus (cf Jo 1,18). A vida de Cristo, a sua maneira de conhecer o Pai, de viver totalmente em relação com Ele abre um espaço novo à experiência humana, e nós podemos entrar nele.

São João exprimiu a importância que a relação pessoal com Jesus tem para a nossa fé, através de vários usos do verbo crer. Juntamente com o «crer que» é verdade o que Jesus nos diz (cfJo 14,10; 20,31), João usa mais duas expressões: «crer a (sinónimo de dar crédito a)» Jesus e «crer em» Jesus. «Cremos a» Jesus, quando aceitamos a sua palavra, o seu testemunho, porque ele é verdadeiro (cf Jo 6, 30). «Cremos em» Jesus, quando O acolhemos pessoalmente na nossa vida e nos confiamos a Ele, aderindo a Ele no amor e seguindo-O ao longo do caminho (cf Jo 2,11; 6,47; 12,44).

Para nos permitir conhecê-Lo, acolhê-Lo e segui-Lo, o Filho de Deus assumiu a nossa carne; e assim, a sua visão do Pai deu-se também de forma humana, através de um caminho […] no tempo. […] A fé no Filho de Deus feito homem em Jesus de Nazaré não nos separa da realidade; antes permite-nos individuar o seu significado mais profundo, descobrir quanto Deus ama este mundo e o orienta sem cessar para Si; e isto leva o cristão a comprometer-se, a viver de modo ainda mais intenso o seu caminho sobre a terra.

Fonte: Evangelho Quotidiano (comentário do dia)

2.12.13

Ó Jesus! ... Como queres ... que o meu coração não se eleve para Ti?

Ó Jesus! deixa-me, no excesso da minha gratidão, deixa-me dizer-Te que o teu amor vai até à loucura… Como queres, perante tal Loucura, que o meu coração não se eleve para Ti? Como poderia ter limites a minha confiança?... Ah! por Ti, bem o sei, os Santos fizeram também loucuras; fizeram grandes coisas, porque eram águias

Jesus, sou demasiado pequena para fazer coisas grandes…, e a minha loucura é esperar que o teu Amor me aceite como vítima. A minha loucura consiste em suplicar às Águias, minhas irmãs, que me obtenham o favor de voar em direcção ao Sol do Amor com as próprias asas da Águia Divina…


Por tanto tempo quanto quiseres, ó meu Bem-amado, o teu passarinho ficará sem forças e sem asas; permanecerá sempre com os olhos fixos em Ti. Quer ser fascinado pelo tei divino olhar, quer tornar-se a presa do teu Amor… Um dia, assim o espero, Águia adorada, virás buscar o teu passarinho e, subindo com ele para o Fogo do Amor, mergulhá-lo-ás eternamente no ardente Abismo desse Amor, ao qual se ofereceu como vítima…

(Teresa de Lisieux, in 'História de uma Alma', Ms B 5vº, — A minha vocação é o amor (1896- ), A Águia divina)

28.11.13

A Florzinha de Jesus (4) — '... parti de braço dado com o meu querido Rei, para subir à Montanha do Carmelo...'

Teresinha
com 15 anos
(Abril 1888)
A segunda-feira, 9 de Abril, dia em que o Carmelo celebrava a festa da Anunciação, transferida por causa da Quaresma, foi escolhida para a minha entrada.
Na véspera, toda a familia estava reunida à volta da mesa à qual me deveria sentar pela última vez. Ah! como são dilacerantes estas reuniões íntimas! Quando se quereria ser esquecida, as carícias, as palavras mais ternas, são prodigalizadas, e fazem sentir o sacrifício da separação...
O meu querido Rei não dizia quase nada, mas fixava em mim o seu olhar com amor. A nossa tia chorava de vez em quando, e o nosso tio fazia-me mil elogios afectuosos. A Joana e a Maria desfizeram-se também em delicadezas para comigo; [...]
Na manhã do grande dia, depois de ter lançado um último olhar aos Buissonnets, esse ninho gracioso da minha infância, que não havia de voltar a ver, parti de braço dado com o meu querido Rei, para subir à Montanha do Carmelo...

(Teresa de Lisieux, in 'História de uma Alma', Ms A 69rº,
— Postulante e noviça no Carmelo (1888-1890), Sacrifício da separação)

24.11.13

«Ó Jesus! ... deleitar-Te-ias a cumulá-la de favores»

Ó Jesus! se eu pudesse dizer ... quão inefável é a tua condescendência!...

Ó Jesus! se eu pudesse dizer a todas as pequenas almas quão inefável é a tua condescendência!... Sinto que se por um impossível encontrasses uma alma mais débil, mais fraca do que a minha, deleitar-Te-ias a cumulá-la de favores ainda maiores, se ela se abandonasse com inteira confiança à tua misericórdia infinita.

Mas, porque desejar comunicar os teus segredos de amor, ó Jesus? Não és só Tu a ensinar-mos? E não podes acaso revelá-los a outros? Sim, estou certa disso, e peço-Te que o faças. Suplico-Te que baixes o teu olhar divino sobre um grande número de pequenas almas... Suplico-Te que escolhas uma legião de pequenas vítimas do teu AMOR!...

(Teresa de Lisieux, in 'História de uma Alma', Ms B 5vº, — A minha vocação é o amor (1896- ), Fim do Manuscrito B)

19.11.13

Evangelium Diem (19/11/2013) — «Procurava ver Jesus»

Evangelho segundo S. Lucas 19,1-10.

Jesus tinha entrado em Jericó e atravessava a cidade. Havia ali um homem chamado Zaqueu: era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. Zaqueu desejava ver quem era Jesus, mas não o conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. Então correu à frente, subiu a um sicômoro para O ver, pois Jesus devia passar por ali. Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: «Desce depressa, Zaqueu, porque hoje preciso de ficar em tua casa». Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria. Vendo isto, todos começaram a criticar, dizendo: «Ele foi hospedar-Se na casa de um pecador!». Zaqueu ficou de pé e disse ao Senhor: «Senhor, vou dar metade dos meus bens aos pobres; e, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais». Jesus disse-lhe: «Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. De facto, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido».


Reflexão
Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, co-padroeira da Europa
Carta 119, ao prior dos religiosos oliventinos

«Procurava ver Jesus»

Escrevo-vos com o desejo de que sejais um bom e corajoso pastor, que apazigue e governe com zelo perfeito as ovelhas que vos foram confiadas, imitando assim o doce Mestre da verdade, que deu a sua vida por nós, ovelhas transviadas, que estavamos longe do caminho da graça. É verdade […] que não o podemos fazer sem Deus e que não podemos possuir Deus permanecendo na terra. Mas eis um doce remédio: quando o coração é pequeno e humilde, é preciso agir como Zaqueu, que não era grande e subiu a uma árvore para ver Deus. O seu zelo fez com que merecesse escutar essa doce palavra: «Zaqueu, desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa.»

Devemos fazer assim quando somos baixos, quando temos o coração pequeno e pouca caridade: é preciso subir à árvore da mui santa cruz e de lá veremos e tocaremos Deus. Lá encontraremos o fogo da sua caridade inexprimível, o amor que O conduziu até à vergonha da cruz, que O exaltou e O fez desejar, com o ardor da fome e da sede, honrar seu Pai e obter a nossa salvação. […] Se assim quisermos, se a nossa negligência não levantar obstáculos, poderemos, subindo à árvore da cruz, realizar em nós essa palavra saída da boca da Verdade: «Quando Eu for elevado da terra atraírei todos a Mim» (cf Jo 12,32 Vulg). Com efeito, quando a alma se eleva deste modo, vê as benfeitorias da bondade e do poder do Pai […], vê a clemência e a abundância do Espírito Santo, esse amor inexprimível que prega Jesus ao madeiro da cruz. Nem os pregos nem cordas podiam prendê-Lo ali: somente a caridade. […] Subi a essa santa árvore onde se encontram os frutos maduros de todas as virtudes que o corpo do Filho de Deus nos traz; correi com ardor. Permanecei no santo e doce amor de Deus. Doce Jesus, Jesus amor.

Fonte: Evangelho Quotidiano (comentário do dia)

16.11.13

A Florzinha de Jesus (3) — '... Sim, Jesus fez tudo isso por mim.'

Teresinha
com 13 anos
(1886)
Estava na idade mais perigosa para as raparigas. Mas Deus fez por mim o que o profeta Ezequiel refere nas suas profecias: «Passando a meu lado, Jesus viu que tinha chegado para mim o tempo de ser amada; Ele fez aliança comigo, e tornei-me sua...; estendeu sobre mim o seu manto, lavou-me em perfumes preciosos, revestiu-me com vestes bordadas, dando-me colares e adornos sem preço...; alimentou-me com a mais pura farinha, com mel e azeite em abundância... Com isto, tornei-me bela a seus olhos, e fez de mim uma poderosa rainha!...». Sim, Jesus fez tudo isso por mim.

(Teresa de Lisieux, in 'História de uma Alma', Ms A 47rº,
— Adolescência e graça de Natal (1886-1887), Leituras espirituais)

10.11.13

– «Porque dizeis isso, minha Madre?».

Uma boa Madre idosa adivinhou um dia o que eu sentia, e disse-me, a rir, no recreio: – «Minha filhinha, parece-me que não deveis ter grande coisa a dizer às vossas superioras». – «Porque dizeis isso, minha Madre?». – «Porque a vossa alma é extremamente simples; mas quando fordes perfeita, sereis ainda mais simples. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais nos simplificamos». A boa Madre tinha razão. No entanto, a dificuldade que tinha em abrir a minha alma, apesar de vir da minha simplicidade, era uma verdadeira provação. Reconheço-o agora, pois, sem deixar de ser simples, [71rº] exprimo os meus pensamentos com enorme facilidade.

Disse que Jesus fora «o meu Director espiritual». Quando entrei para o Carmelo, travei conhecimento com aquele que o deveria ser; mas, mal me admitiu no número das suas filhas, partiu para o exílio… Assim, só o conheci para logo me ver privada dele… Limitada a receber dele uma carta por ano, sobre 12 que lhe escrevia, o meu coração depressa se voltou para o Director dos directores, e foi Ele que me instruiu naquela ciência escondida aos sábios e aos prudentes, e que se digna revelar aos mais pequenos.

A Florzinha transplantada para a Montanha do Carmelo havia de crescer à sombra da Cruz. As lágrimas e o sangue de Jesus foram o seu orvalho, e o sol foi a sua Face adorável toldada de pranto… Até então eu não tinha sondado a profundidade dos tesouros escondidos na Santa Face. Foi através de vós, minha querida Madre, que aprendi a conhecê-los. Assim como anteriormente nos precedestes no Carmelo, também fostes a primeira a penetrar nos mistérios de amor escondidos no Rosto do nosso Esposo. Então chamastes-me, e eu compreendi… Compreendi o que era a verdadeira glória. Aquele, cujo reino não é deste mundo, mostrou-me que a verdadeira sabedoria consiste em «querer ser ignorada e tida por nada», em «pôr a sua alegria no desprezo de si mesma»… Ah! como o de Jesus, eu queria que «o meu rosto ficasse verdadeiramente escondido; que ninguém na terra me reconhecesse». Tinha sede de sofrer e de ser esquecida…

Como é misterioso o caminho pelo qual Deus sempre me conduziu! Nunca me fez desejar nada sem mo dar. Por isso, o seu cálice amargo tornou-se delicioso…

(Teresa de Lisieux, in 'História de uma Alma', Ms A 71rº, — Postulante e noviça no Carmelo (1888-1890), Primeiras provações / A Santa Face)

7.11.13

A Florzinha de Jesus (2) — 'Ah! se tivesse de contar tudo, nunca mais acabaria...'

Teresinha com
8 anos e sua
irmã Celina
(1881)
Ah! [24rº] se tivesse de contar tudo, nunca mais acabaria...
Em Lisieux, os papéis tinham-se invertido: a Celina tornara-se um diabinho espertalhão, e a Teresa apenas uma menina muito meiga, mas choramingas em excesso... Isso não impedia que a Celina e a Teresa se amassem cada vez mais. Às vezes havia algumas pequenas discussões, mas sem importância, e, no fundo, estavam sempre de acordo. Posso afirmar que a minha irmãzinha querida nunca me deu nenhum desgosto; mas, pelo contrário, foi para mim como um raio de sol, alegrando-me e consolando-me sempre... Quem poderá dizer com que intrepidez ela me defendia na Abadia, quando eu era acusada?...

(Teresa de Lisieux, in 'História de uma Alma', Ms A 24rº,
— Anos dolorosos (1881-1883), Intimidade com Celina)

4.11.13

Ste. Thérèse de Lisieux et Jésus


Thérèse de Lisieux et Jésus
(Autoria: apulchra - YouTube)

Evangelium Diem (4/11/2013) — «E serás feliz por eles não terem com que te retribuir»

Evangelho segundo S. Lucas 14,12-14.


Naquele tempo, disse Jesus a um dos principais fariseus que O tinha convidado para uma refeição: «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os teus vizinhos ricos; não vão eles também convidar-te, por sua vez, e assim retribuir-te. Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. E serás feliz por eles não terem com que te retribuir; ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.»


Reflexão
Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Manuscrito autobiográfico C, 28rº-vº (trad. ed. Carmelo 1996)

«E serás feliz por eles não terem com que te retribuir»

Notei (e é muito natural) que as Irmãs mais santas são as mais amadas; procura-se conversar com elas, [e] prestam-se-lhes serviços sem que os peçam. [...] As almas imperfeitas, pelo contrário, não são nada procuradas; as pessoas mantêm-se, sem dúvida, em relação a elas, dentro dos limites da cortesia religiosa, mas, receando talvez dizer-lhes algumas palavras pouco amáveis, evitam a companhia delas. [...] Eis a conclusão que daí tiro: devo procurar, no recreio, nas licenças, a companhia das Irmãs que me são menos agradáveis, [e] exercer junto dessas almas feridas o ofício do Bom Samaritano [Lc 10,30-35].

Uma palavra, um sorriso amável, bastam, muitas vezes, para alegrar uma alma triste; mas não é exclusivamente para atingir esse objectivo que quero praticar a caridade, pois sei que bem depressa desanimaria: uma palavra que terei dito com a melhor intenção poderá ser interpretada completamente ao contrário. Assim, para não perder o meu tempo, quero ser amável para com todas (e em particular para com as Irmãs menos amáveis) para dar alegria a Jesus e corresponder ao conselho que Ele dá no Evangelho mais ou menos nestes termos: «Quando derdes um banquete, não convideis os vossos parentes nem os vossos amigos, não vão eles também convidar-vos, por sua vez, recebendo [vós] assim a vossa recompensa; mas convidai os pobres, os coxos, os paralíticos, e sereis felizes por eles não vos poderem retribuir, pois o vosso Pai, que vê no segredo, vos recompensará» [Mt 6,4]. Que banquete poderia uma carmelita oferecer às suas Irmãs, senão um banquete espiritual composto de caridade amável e alegre?

Quanto a mim, não conheço outro, e quero imitar São Paulo, que se alegrava com os que encontrava alegres; é verdade que chorava também com os aflitos [Rm 12,15], e algumas vezes as lágrimas devem aparecer no banquete que quero oferecer, mas procurarei sempre que essas lágrimas se transformem em alegria [Jo 16,20], já que o Senhor ama os que dão com alegria [2Cor 9,7].

Fonte: Evangelho Quotidiano (comentário do dia)

2.11.13

Litaniae Sanctorum — (Ladainha dos Santos)


Litaniae Sanctorum
(Autoria: claudemarpsilva - YouTube)

NOTAS DOS DIAS (Sexta e Sábado, 1 e 2 de Novembro de 2013):

  • (Sexta, 1 de Novembro de 2013):

TODOS OS SANTOS
Nota Histórica: «Os Santos, tendo atingido pela multiforme graça de Deus a perfeição e alcançado a salvação eterna, cantam hoje a Deus no Céu, o louvor perfeito e intercedem por nós.
A Igreja proclama o mistério pascal, realizado na paixão e glorificação deles com Cristo, propõe aos fiéis os seus exemplos, que conduzem os homens ao Pai por Cristo; e implora, pelos seus méritos, as bênçãos de Deus.
Segundo a sua tradição, a Igreja venera os Santos e as suas relíquias autênticas, bem como as suas imagens. É que as festas dos Santos proclamam as grandes obras de Cristo nos Seus servos e oferecem aos fiéis os bons exemplos a imitar» (Constituição Litúrgica, n.º 104 e 111).

(Fonte:Secretariado Nacional de Liturgia)

(Festa da Igreja): Solenidade de Todos os Santos
Hoje a Igreja universal celebra a festa daqueles que se comprometeram com Deus Pai, com o seu Reino de bondade, de justiça e de amor e, em nome Jesus Cristo, se comprometeram de maneira radical, também, com os seus semelhantes. Por isso, nesta festa, todo o povo cristão é convidado a entrar em comunhão com Deus e com todo o homem de boa vontade.
Como Jesus de Nazaré, somos convidados a fazer de nossa vida uma eucaristia, uma oferenda viva. Na Igreja antiga, os santos eram entregues às chamas, às feras, às torturas cruéis. Hoje, também, milhares de santos são entregues à morte, são torturados pela fome, pelo desemprego, pela doença, e silenciados pela repressão, pela intimidação, pelas ameaças de morte dos que se julgam senhores deste mundo. Mas é nas entranhas dos que sofrem, dos aflitos, dos esquecidos, que germinam, nascem e dão fruto as sementes do Evangelho de Jesus Cristo. Desta maneira, a festa de hoje é também a festa dos santos dos nossos dias, essa numerosa multidão cujo testemunho vivo é fonte perene de renovação para a Igreja.

(Fonte:Evangelho Quotidiano)

  • (Sábado, 2 de Novembro de 2013):

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS
Nota Histórica: Depois de ter cantado a glória e a felicidade dos Santos que «gozam em Deus a serenidade da vida imortal», a Liturgia, desde o início do século XI, consagra este dia à memória dos fiéis defuntos.
É uma continuação lógica da festa de Todos os Santos. Se nos limitássemos a lembrar os nossos irmãos Santos, a Comunhão de todos os crentes em Cristo não seria perfeita. Quer os fiéis que vivem na glória, quer os que vivem na purificação, preparando-se para a visão de Deus, são todos membros de Cristo pelo Baptismo. Continuam todos unidos a nós. A Igreja peregrina não podia, por isso, ao celebrar a Igreja da glória, esquecer a Igreja que se purifica no Purgatório.
É certo que a Igreja, todos os dias, na Missa, ao tornar sacramentalmente presente o Mistério Pascal, lembra «aqueles que nos precederam com o sinal da fé e dormem agora o sono da paz» (Prece Eucarística 1). Mas, neste dia, essa recordação é mais profunda e viva.
O Dia de Fiéis Defuntos não é dia de luto e tristeza. É dia de mais íntima comunhão com aqueles que «não perdemos, porque simplesmente os mandámos à frente» (S. Cipriano). É dia de esperança, porque sabemos que os nossos irmãos ressurgirão em Cristo para uma vida nova. É, sobretudo, dia de oração, que se revestirá da maior eficácia, se a unirmos ao Sacrifício de reconciliação, a Missa.
No Sacrifício da Missa, com efeito, o Sangue de Cristo lavará as culpas e alcançará a misericórdia de Deus para os nossos irmãos que adormeceram na paz com Ele, de modo que, acabada a Sua purificação, sejam admitidos no Seu Reino.

(Fonte:Secretariado Nacional de Liturgia)

(Festa da Igreja): Comemoração de todos os Fiéis Defuntos
Para muitas pessoas, o dia de finados é uma data triste, que deveria ser excluída do calendário. Muitos, nesse dia, ficam deprimidos ao recordarem os seus entes queridos que partiram desta vida. Alguns isolam-se, outros viajam para esconder suas mágoas... Porém, poucos conseguem ver que o dia de finados deve ser um momento de reflexão acerca de como anda a nossa conversão. Deve ser um dia de "fecho para balanço", daqueles em que se pára tudo, totalizam-se os lucros e os prejuízos e promete-se e permite-se vida nova.
Não podemos esquecer-nos de que um dia estaremos também partindo desta vida. Não podemos ignorar isso pois, como um ladrão na noite, como diz o Evangelho, esse dia chegará. Felizes aqueles que foram "apanhados" em oração, com os Sacramentos em dia.
Muitas pessoas lamentam a "perda" de um pai ou uma mãe e esquecem-se de que eles fizeram apenas uma viagem distante e que estão esperando por nós. Partiram quando o Pai, transbordando de saudades, gritou: - Filho(a), há quanto tempo estás aí! Volta para casa! - e assim foi feito.
Muitos, porém, desses que lamentam a perda de um ente querido, ao invés de serem verdadeiramente santos para, um dia, voltarem a encontrar-se com seus parentes e amigos que partiram desta vida, tomam um outro rumo, ora distanciando-se de Deus e da Sua Igreja ora vivendo uma fé morna, como diz Jesus.
Não percebem que, ao fazer isso, desperdiçam a única oportunidade que têm de rever essas pessoas. É uma pena...
Neste dia 2 de Novembro, que possamos verdadeiramente rever os nossos sonhos, a nossa vida, a nossa fé e, pela glória de Deus, mudar de rumo, se necessário for.

(Fonte:Evangelho Quotidiano)

27.10.13

Se alguém for pequenino, venha a mim

Ó minha Madre, como são diferentes os caminhos pelos quais o Senhor conduz as almas! Na vida dos Santos encontramos muitos que nada quiseram deixar deles [2vº] para depois da morte, nem a mais pequena recordação, o mais pequeno escrito. Há outros pelo contrário, como nossa Madre Santa Teresa, que enriqueceram a Igreja com as suas sublimes revelações, não temendo manifestar os segredos do Rei, para que seja mais conhecido, mais amado pelas almas.

Qual destes dois géneros de santos agrada mais a Deus? Parece-me, minha Madre, que ambos Lhe são igualmente agradáveis, uma vez que todos seguiram a moção do Espírito Santo, e que o Senhor disse: Dizei ao justo que Tudo está bem. Sim, tudo está bem, quando não se procura senão a vontade de Jesus. É por isso que eu, pobre Florzinha, obedeço a Jesus, ao procurar agradar à minha caríssima Madre.

Bem sabeis, minha Madre, que sempre desejei ser santa. Mas, ai de mim! sempre verifiquei, ao comparar-me com os Santos, que há entre eles e eu a mesma diferença que existe entre uma montanha, cujo cume se perde nos céus, e o obscuro grão de areia pisado pelos pés dos caminhantes.

Em vez de desanimar, disse para comigo: Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis. Posso, portanto, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade. Fazer-me crescer a mim mesma é impossível; tenho de suportar-me tal como sou, com todas as minhas imperfeições. Mas quero procurar a maneira de ir para o Céu por um caminhito muito direito, muito curto; um caminhito completamente novo.

Estamos num século de invenções. Agora já não se tem a maçada de subir os degraus de uma [3rº] escada; em casa dos ricos o ascensor substitui-a vantajosamente. Eu queria também encontrar um ascensor que me elevasse até Jesus, porque sou demasiado pequena para subir a rude escada da perfeição. Então, procurei nos Livros Sagrados a indicação do ascensor, objecto do meu desejo, e li estas palavras saídas da boca da Sabedoria eterna: Se alguém for pequenino, venha a mim.

Então aproximei-me, adivinhando que tinha encontrado o que procurava, e querendo saber, ó meu Deus! o que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso apelo. Continuei as minhas buscas, e eis o que encontrei: — Como uma mãe acaricia o seu filho, assim eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e embalar-vos-ei nos meus joelhos!

Ah! nunca palavras tão ternas e tão melodiosas me vieram alegrar a alma! O ascensor que me há-de elevar até ao Céu, são os vossos braços, ó Jesus! Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que eu permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena.

Ó meu Deus! excedestes a minha esperança, e eu quero cantar as vossas misericórdias. «Instruístes-me desde a minha juventude, e até ao presente anunciei as vossas maravilhas. Continuarei a publicá-las até à minha mais avançada idade» (Sl. LXX).

Qual será para mim essa idade avançada? Acho que poderia ser já, porque aos olhos do Senhor, dois mil anos são como vinte..., como um só dia...

Ah! não penseis, caríssima Madre, que a vossa filha deseja deixar-vos... Não julgueis que ela considera maior [3vº] graça morrer na aurora do que ao declinar o dia. O que ela aprecia, o que ela unicamente deseja, é agradar a Jesus... Agora que Ele parece estar a aproximar-se dela para a atrair à morada da sua glória, a vossa filha alegra-se. Há muito tempo que compreendeu que Deus não precisa de ninguém (dela ainda menos que doutros) para fazer bem na terra.

(Teresa de Lisieux, in 'História de uma Alma', Ms C 2vº-3rº, — A grande provação interior - A noite escura da fé (1896-1897), Teresa e a Madre Maria de Gonzaga / O ascensor divino)

22.10.13

Teresinha das Rosas (5)


Fonte: Archives du Carmel de Lisieux (Copies du fusain de Céline)

Descritivo (da Imagem / Postal):
Sem descrição

20.10.13

Evangelium Diem (20/10/2013) — «Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a obrigação de orar sempre»

Evangelho segundo S. Lucas 18,1-8.

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar: «Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’. Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’». E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!... E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?».


Reflexão
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Discursos sobre os salmos, Sl 37, 14

«Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a obrigação de orar sempre»

«Senhor, diante de Vós está todo o meu desejo» (Sl 37,10). […] O teu desejo é a tua oração; se o teu desejo for contínuo, a tua oração também será contínua. Não foi por acaso que o apóstolo Paulo disse: «Orai sem cessar» (1Ts 5,17). Di-lo-á porque sem cessar nos ajoelhamos, nos prostramos ou levantamos as mãos para Deus? Se dissermos que só nestas condições é que oramos, não creio que o possamos fazer sem cessar.

Mas há uma outra oração, interior, que não cessa: é o desejo. Qualquer que seja a ocupação a que te entregues, se desejares aquele repouso do sabbath de que falamos, rezarás sem cessar. Se não quiseres deixar de orar, não deixes de desejar.

O teu desejo é contínuo? Então o teu grito será contínuo. Só te calarás se deixares de amar. Quem são os que se calaram? São aqueles de quem se diz: «E por se multiplicar a iniquidade, resfriará a caridade da maioria» (Mt 24,12). A caridade que arrefece é o coração que se cala; a caridade que arde é o coração que grita. Se a caridade subsistir sem cessar, gritarás sem cessar; se gritares sem cessar, é porque continuas a desejar; se estiveres cheio deste desejo, é porque pensas no repouso eterno.

Fonte: Evangelho Quotidiano (comentário do dia)

15.10.13

Santa Teresa de Jesus (de Ávila), virgem, doutora da Igreja, (1515-1582)


Nota Histórica
Nasceu em Ávila (Espanha) no ano 1515. Tendo entrado na Ordem das Carmelitas, fez grandes progressos no caminho da perfeição e teve revelações místicas. Ao empreender a reforma da sua Ordem teve de sofrer muitas tribulações, mas tudo suportou com coragem invencível. A doutrina profunda que escreveu nos seus livros é fruto das suas experiências místicas. Morreu em Alba de Tormes (Salamanca) no ano 1582.

Fonte (texto): Secretariado Nacional de Liturgia (S. TERESA DE JESUS, virgem e doutora da Igreja — Nota Histórica)
Das Obras de Santa Teresa de Jesus, virgem
(Opusc. Libro de la Vida, cap. 22, 6-7.12.14) (Sec. XVI)


Lembremo-nos sempre do amor de Cristo

Estando presente tão bom amigo e tão generoso capitão, Jesus Cristo, tudo podemos suportar. Ele é ajuda e dá forças; nunca falta; é verdadeiro amigo. E eu vejo claramente que, para contentar a Deus e receber grandes mercês, Ele quer que seja pelas mãos desta humanidade sacratíssima, na qual a sua Majestade se deleita.

Muitas vezes o vi por experiência. O Senhor mo disse. Vi claramente que temos de entrar por esta porta se quisermos que a soberana Majestade nos mostre grandes segredos. Não se procure outro caminho, mesmo estando no mais alto grau da contemplação; é por aqui que se vai seguro. É por este Senhor nosso que nos vêm todos os bens; Ele o ensinará; olhando a sua vida, teremos o melhor exemplo.

Que mais desejamos de amigo tão bom ao nosso lado, que não nos deixará em dificuldades e tribulações, como fazem os do mundo? Ditoso aquele que O ama de verdade e O traz sempre junto de si. Consideremos o glorioso São Paulo que tinha sempre em sua boca o nome de Jesus, porque o tinha bem no coração. Depois de ter compreendido isto, reparei com cuidado em alguns Santos, grandes contemplativos, que não iam por outro caminho: São Francisco, Santo António de Pádua, São Bernardo, Santa Catarina de Sena. É com liberdade que devemos percorrer este caminho, abandonando-nos nas mãos de Deus. Se sua Majestade nos quiser chamar para o segredo da sua antecâmara, devemos ir de boa vontade.

Sempre que pensarmos em Cristo, lembremo-nos do amor com que Ele nos concedeu tantas mercês e da caridade que Deus mostrou ao dar-nos em penhor o próprio amor que tem por nós. O amor pede amor. Procuremos pois ir meditando nisto e despertando-nos para amar. Na verdade, se o Senhor nos concede uma vez a graça de nos imprimir no coração este amor, tudo será fácil para nós e muito faremos em breve tempo e com pouco trabalho.

Fonte (texto): Secretariado Nacional de Liturgia (S. TERESA DE JESUS, virgem e doutora da Igreja — Liturgia das horas)

Outras NOTAS:

Santa Teresa do Menino Jesus, Virgem e Doutora da Igreja
Nasceu em Ávila, a 28 de Março de 1515. Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila. Espanhola, de família nobre, bela e inteligente, foi uma criatura que lutou contra as suas contradições internas, contra as mentiras e hipocrisias de uma vida espiritual vazia. Santa Teresa ocupa um lugar especial dentro da mística cristã; é considerada um dos grandes mestres espirituais que a história da Igreja já conheceu. Entretanto, ela não pode ser esquecida como reformadora do Carmelo, como aquela que conseguiu devolver à Ordem Carmelita o seu primitivo vigor espiritual. Tinha como conselheiro espiritual São João da Cruz.

É chamada Teresa, a Grande, por sua grandeza de mulher. Teresa sem a graça de Deus é uma pobre mulher. Com a graça de Deus, uma graça. Em 1970, o papa Paulo VI, proclamou-a “Doutora da Igreja”, (tal como Santa Catarina de Sena) pela profunda mística e espiritualidade. Foram as duas primeiras mulheres a quem se reconheceu esta qualidade pelos méritos dos escritos doutrinários que deixaram. Muitas das obras de Teresa d’Ávila continuam sendo lidas e produzindo abundantes frutos espirituais: “O caminho da perfeição”, “Pensamentos sobre o amor de Deus”, “Castelo interior”. Morreu em 1582.

Fonte (texto): Evangelho Quotidiano — Santa Teresa de Ávila, virgem, doutora da Igreja, +1582

13.10.13

Beata Alexandrina Maria da Costa, virgem, (1904-1955)

Beata Alexandrina, virgem, (1904-1955)
Alexandrina nasceu em 30 de março de 1904 em Balasar. É uma pequena camponesa cheia de vida, divertida, afectuosa. Aos 14 anos lança-se de uma janela a quatro metros de altura para preservar a sua pureza, ameaçada por alguns homens que haviam entrado em casa.

Cinco anos mais tarde, as lesões derivadas da queda provocaram-lhe uma paralisia total que a manteve de cama durante mais de 30 anos, até ao final de sua vida.

Ofereceu-se como vítima a Cristo pela conversão dos pecadores e pela paz do mundo. Durante quatro anos (1938-42), reviveu todas as sextas-feiras, durante três horas, a paixão de Cristo.

De 27 de março de 1942 até sua morte (isto é, durante 13 anos e 7 meses), não ingeriu nenhuma outra bebida nem alimento mais que a Eucaristia.

Orientada por seu director espiritual, fez-se cooperadora salesiana, oferecendo os seus sofrimentos pela salvação da juventude.

Em 13 de outubro de 1955, ouviu-se exclamar: «Sou feliz, porque vou ao céu». Pela tarde faleceu em Balasar, onde se encontra seu sepulcro e onde acodem multidões de peregrinos.

Fonte (texto): Evangelho Quotidiano (Beata Alexandrina Costa, virgem, +1955)

Beata Alexandrina (Notas): [Ler mais em Vatican.va — Alexandrina Maria da Costa (1904-1955), biografia]
(outras Notas): Wikipédia (Alexandrina Maria da Costa), ALEXANDRINA MARIA DA COSTA (Blogue), ...


(13 de Outubro: Beata Alexandrina Maria)
(WebTvCN)

12.10.13

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil

Orações




† Oração a Nossa Senhora Aparecida - I

Ó incomparável Senhora da Conceição Aparecida,
Mãe de Deus, Rainha dos Anjos,
Advogada dos pecadores,
refúgio e consolação dos aflitos e atribulados,
Virgem Santíssima,
cheia de poder e de bondade,
lançai sobre nós um olhar favorável,
para que sejamos socorridos por vós,
em todas as necessidades em que nos acharmos.
Lembrai-vos, ó clementíssima Mãe Aparecida,
que nunca se ouviu dizer
que algum daqueles que têm a vós recorrido,
invocado vosso santíssimo nome
e implorado a vossa singular protecção,
fosse por vós abandonado.
Animados com esta confiança,
a vós recorremos.
Tomamo-vos para sempre por nossa Mãe,
nossa protectora, consolação e guia,
esperança e luz na hora da morte.
Livrai-nos de tudo o que possa ofender-vos
e ao vosso Santíssimo Filho, Jesus.
Preservai-nos de todos os perigos
da alma e do corpo;
dirigi-nos em todos os assuntos espirituais e temporais.
Livrai-nos da tentação do demónio,
para que, trilhando o caminho da virtude,
possamos um dia ver-vos e amar-vos
na eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amen.














† Oração a Nossa Senhora Aparecida - II

Ó Virgem Maria, abençoada sois vós
pelo Senhor Deus Altíssimo
entre todas as mulheres da terra.
Vós sois a glória de Jerusalém,
vós a alegria de Israel,
vós a honra do nosso povo.
Salve, ó Virgem, honra de nossa terra,
a quem rendemos um culto de piedade e veneração,
a quem chamamos com o belo nome de Aparecida.
Quem poderia contar, ó doce Mãe,
quantas graças, durante tantos anos,
vós dispensastes ao povo brasileiro,
compadecida dos nossos males?
Quisemos cingir vossa cabeça sagrada
com uma coroa de ouro,
que vos é devida por tantos títulos;
continuai a dobrar-vos benignamente às nossas preces.
Quando erguemos aos céus nossas mãos suplicantes,
ouvi, clemente, os nossos rogos, ó Virgem;
conservai nossas almas afastadas da culpa e,
por fim, conduzi-nos ao céu.
Salvação, honra e poder Àquele que, uno e trio,
nos fulgores do seu trono celeste,
governa e rege todo o universo.
Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
rogai por nós.






NOTAS DO DIA (Sábado, dia 12 de Outubro de 2013):

† Dia de Festa da Igreja: Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil




Comemoramos hoje a Solenidade da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, cuja imagem foi encontrada no Rio Paraíba pelos pescadores da região no ano de 1717, o vigário de Guaratinguetá na ocasião era o Padre José Alves Vilela (1715 a 1745). No início, a pequena imagem da Senhora da Conceição foi levada para a casa de um dos pescadores, Filipe Cardoso. Em 1737, foi edificada num oratório e prestavam-lhe culto os moradores das redondezas. Em 1745 foi construída uma igreja em sua homenagem. Em 24 de Junho de 1888, o templo foi solenemente benzido e, hoje, é chamado de "básilica velha". A monumental basílica actual foi consagrada pelo Papa João Paulo II no dia 04 de Julho de 1980. Desde os primeiros cultos dedicados a Nossa Senhora pelos pescadores (oração do terço e outras devoções) até nossos dias, os peregrinos jamais cessaram de depositar aos pés da Virgem Aparecida as suas súplicas, dores, sofrimentos e alegrias. Foi em 28 de outubro de 1894, como padres capelães e missionários de Nossa Senhora Aparecida, que chegaram os primeiros padres e irmãos redentoristas, vindos da Baviera, a convite pessoal de Dom Joaquim Arcoverde, então Bispo de São Paulo. Daí em diante os filhos de Santo Afonso têm prestado assistência religiosa às multidões de romeiros que visitam o Santuário. Actualmente, são milhões os romeiros que se dirigem à cidade de Aparecida do Norte, a fim de agradecer e pedir graças.

Os triunfos da "Senhora Aparecida" começaram com as romarias paroquiais e diocesanas. A primeira realizou-se a 08 de Setembro de 1900, com 1200 peregrinos vindos de comboio, de São Paulo, com o seu bispo. Hoje os romeiros são milhões vindos de todo Brasil e dos países vizinhos. No dia 08 de Setembro de 1904, na presença do Núncio Apostólico, de 12 bispos e de uma grande multidão de peregrinos do Rio, São Paulo e das cidades do Vale do Paraíba, o bispo de São Paulo, Dom José Camargo Barros, coroou solenemente a veneranda Imagem com a preciosa coroa oferecida pela Princesa Isabel. No ano de 1929, no encerramento do Congresso Mariano, Nossa Senhora Aparecida foi proclamada a Rainha do Brasil, sob invocação de Aparecida.

Foi em 31 de Maio de 1931 que, a imagem aparecida foi levada ao Rio, para que diante dela, Nossa Senhora recebesse as homenagens oficiais de toda a nação, estando presente também o Presidente da República, Getúlio Vargas. Nossa Senhora foi aclamada então por todos "RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL". A devoção do povo brasileiro a Nossa Senhora, a peregrinação da Padroeira por toda a Pátria, a abertura de vias rápidas de condução e uma equipe especializada de sacerdotes e irmãos coadjutores puseram a Aparecida entre os maiores centros de peregrinação do mundo.

(Fonte:Evangelho Quotidiano)




10.10.13

Prayer to St. Therese, "the little flower of Jesus"


'Prayer to St. Therese'
(The Mass of St. Therese - Recorded live at UST Museum
by Sta. Teresita Parish Chorale and Peaches and Cream String Quartet)
(ronaldo raz - YouTube)

A Florzinha de Jesus (1) — 'Eis mais uma passagem que encontro nas cartas da mamã...'

Teresinha com
3 anos e meio
(Julho 1876)
[11rº] Eis mais uma passagem que encontro nas cartas da mamã. A pobre mãezinha pressentia já o fim do seu exílio: — [...] «...Esta pobre pequena faz a nossa felicidade; há-de ser boa; vê-se já o germe. Não fala senão de Deus; não deixaria por nada, de fazer as suas orações. Queria que tu a visses a recitar pequenas fábulas; nunca vi nada tão encantador; encontra sozinha a expressão precisa e o tom; mas é, sobretudo, quando ela diz: — 'Criancinha de cabeça loira, onde julgas que está Deus?' Quando ela chega a: 'Está lá em cima, no Céu Azul', volta o rosto para o alto com uma expressão angélica; não nos cansamos de lho fazer repetir, de tão belo que é; há qualquer coisa de tão celestial no seu olhar, que ficamos encantados!...».

(Teresa de Lisieux, in 'História de uma Alma'
— Alençon (1873-1877), Escolho tudo)

8.10.13

Evangelium Diem (8/10/2013) — «Maria, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra»

Evangelho segundo S. Lucas 10,38-42.

Naquele tempo, Jesus entrou numa aldeia. E uma mulher, de nome Marta, recebeu-O em sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra. Marta, porém, andava atarefada com muitos serviços; e, aproximando-se, disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar.» O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.»


Reflexão
Beata Isabel da Trindade (1880-1906), carmelita
Último retiro

«Maria, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra»

«A vossa força está em ter confiança e em permanecer tranquilos» (cf Is 30,15). […] Conservar a nossa força no Senhor é unificar todo o nosso ser no silêncio interior, recolher todas as nossas potências para as ocupar num único exercício de amor; é ter o olhar simples que permite que a luz nos ilumine (cf Mt 6,22). Uma alma que discute com o seu eu, que atende às suas sensibilidades, que cultiva pensamentos inúteis ou qualquer desejo, essa alma dispersa as suas forças, não está ordenada em função de Deus; […] ainda tem demasiada humanidade, está em dissonância.

A alma que guarda ainda alguma coisa no seu próprio reino interior, cuja totalidade das potências não está ainda «encerrada» em Deus, não pode ser um perfeito «louvor da sua glória» (Ef 1,14); não está em condições de cantar sem interrupções o «canticum magnum», o grande cântico de que fala São Paulo, pois a unidade não reina nela; e, em vez de prosseguir no seu louvor através de todas as coisas com simplicidade, tem necessidade de reunir sem cessar todas as cordas do seu instrumento, que andam um pouco à deriva por todo o lado.

E como essa bela unidade interior é indispensável à alma que quer viver cá na terra a vida dos bem-aventurados, isto é, dos seres simples, dos espíritos. Parece-me que o Mestre falava disso quando disse a Maria Madalena: «Uma só coisa é necessária.» Que bem que esta grande santa compreendeu isto! O olhar da sua alma, iluminado pela luz da fé, tinha reconhecido o seu Deus sob o véu da humanidade e, no silêncio, na união das potências, «escutava a sua palavra». […] Sim, ela não sabia mais nada que não fosse Ele.

Fonte: Evangelho Quotidiano (comentário do dia)

6.10.13

«Jesus não pede grandes acções, mas apenas abandono e gratidão»

A ciência do Amor! Ah, sim! Esta palavra ressoa docemente ao ouvido da minha alma

Ó minha querida Irmã! Quereríeis ouvir os segredos que Jesus confia à vossa filhinha. Eu sei que Ele vos confia esses segredos, pois fostes vós que me ensinastes a recolher os ensinamentos divinos. Vou, contudo, tentar balbuciar algumas palavras, embora reconheça ser impossível à palavra humana exprimir coisas que o coração do homem mal pode pressentir.

Não penseis que ando a nadar em consolações. Oh, não! A minha consolação é não ter nenhuma na terra. Sem se mostrar, sem fazer ouvir a sua voz, Jesus ensina-me em segredo. Não é por meio de livros, pois não compreendo o que leio. Mas às vezes vem consolar-me uma palavra como esta que encontrei no fim da oração (depois de ter permanecido em silêncio e secura): «Eis o mestre que te dou, que te ensinará tudo o que deves fazer. Quero fazer-te ler no livro da vida, onde está contida a ciência do Amor».

A ciência do Amor! Ah, sim! Esta palavra ressoa docemente ao ouvido da minha alma. Não desejo senão essa ciência. Perante ela, tendo dado todas as minhas riquezas, penso, como a esposa do Cântico dos Cânticos, nada ter dado… Compreendo perfeitamente que não há nada que nos possa tornar agradáveis a Deus senão o amor; e este amor é o único bem que ambiciono.

Jesus compraz-se em mostrar-me o caminho que conduz a essa fornalha divina; o caminho é o abandono da criancinha que adormece sem medo nos braços do seu pai… «Se alguém for pequenino, venha a mim», disse o Espírito Santo pela boca de Salomão. E este mesmo Espírito de Amor disse ainda que «a misericórdia é concedida aos pequenos».

Em seu nome, o profeta Isaías revela-nos que no último dia «o Senhor conduzirá o seu rebanho para as pastagens, reunirá os pequenos cordeiros e os apertará contra o seu peito».
E como se todas essas promessas não bastassem, o mesmo profeta, cujo olhar inspirado mergulhava já nas profundidades eternas, exclamava em nome do Senhor: «Como uma mãe acaricia o seu filho, assim eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e acariciar-vos-ei sobre os meus joelhos».

Ó querida madrinha! Depois de semelhante linguagem, nada mais resta senão calar-nos, chorar de gratidão [1vº] e de amor…

Ah! se todas as almas débeis sentissem o que sente a mais pequena de todas as almas — a alma da vossa Teresinha — nem uma única perderia a esperança de chegar à Montanha do Amor, uma vez que Jesus não pede grandes acções, mas apenas abandono e gratidão.

(Teresa de Lisieux, in 'História de uma Alma', Ms B 1vº, — A minha vocação é o amor (1896- ), Os segredos divinos)

5.10.13

Vivre d'amour - Natasha St-Pier & Aggun


'Vivre d'amour' - Natasha St-Pier & Aggun
(D'après la poésie de Sainte Thérèse De Lisieux - Vivre d’amour)
(catholique de france - YouTube)

Evangelium Diem (5/10/2013) — «Os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria»

Evangelho segundo S. Lucas 10,17-24.

Os setenta e dois voltaram muito alegres, dizendo: «Senhor, até os demónios nos obedecem por causa do Teu nome». Jesus respondeu: «Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago. Olhai que vos dei poder de andar sobre cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo, e nada vos poderá fazer mal. Contudo, não vos alegreis porque os maus espíritos vos obedecem; antes, alegrai-vos porque os vossos nomes estão escritos no céu».

Nesse instante, Jesus alegrou-Se no Espírito Santo e disse: «Eu Te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do Teu agrado. Meu Pai entregou-Me tudo a Mim. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece quem é o Pai a não ser o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar». E Jesus voltou-Se para os discípulos, e disse-lhes em particular: «Felizes os olhos que vêem o que vós vedes. Pois Eu digo-vos que muitos profetas quiseram ver o que vós vedes e não puderam ver; quiseram ouvir o que vós ouvis e não puderam ouvir».


Reflexão
Papa Francisco
Homília de 23/04/2013 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)

«Os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria»

«Quando Barnabé chegou e viu a graça que Deus havia concedido, ficou muito contente» (Act 11,23). É a alegria própria do evangelizador; é, como dizia Paulo VI, «a doce e consoladora alegria de evangelizar» («Evangelii nuntiandi» 80). E esta alegria aparece na sequência de uma perseguição, de uma grande tristeza, e termina em alegria. E assim a Igreja avança, como diz um santo, entre as perseguições do mundo e as consolações do Senhor (cf Sto Agostinho, «De Civitate Dei» 18,51,2). Assim é a vida da Igreja. Mas, se queremos caminhar pela estrada da mundaneidade, negociando com o mundo […], nunca gozaremos da consolação do Senhor. E se procuramos só consolação, esta será uma consolação superficial, uma consolação humana; não a consolação do Senhor. A Igreja caminha sempre entre a cruz e a ressurreição, entre as perseguições e as consolações do Senhor. E este é o caminho: quem vai por esta estrada não se engana.

Pensemos hoje na acção missionária da Igreja: naqueles discípulos que, esquecidos de si mesmos, partiram, e também naqueles que tiveram a coragem de anunciar Jesus aos gregos. […] Pensemos na nossa Mãe Igreja que cresce; Ela cresce com novos filhos, aos quais dá a identidade da fé, porque não se pode crer em Jesus sem a Igreja. […] E peçamos ao Senhor este desassombro, este ardor apostólico, que nos impulsiona a seguir em frente como irmãos.

Fonte: Evangelho Quotidiano (comentário do dia)

1.10.13

«Ó Jesus, meu amor! ... A minha vocação é o amor»

Santa Teresinha do Menino Jesus, virgem, doutora da Igreja (+1897)


Nota Histórica
Nasceu em Alençon (França) no ano 1873. Entrou ainda muito jovem no mosteiro das Carmelitas de Lisieux e exercitou-se de modo singular na humildade, simplicidade evangélica e confiança em Deus, virtudes que também procurou inculcar especialmente nas noviças do seu mosteiro. Morreu a 30 de Setembro de 1897, oferecendo a sua vida pela salvação das almas e pela Igreja.

Fonte (texto): Secretariado Nacional de Liturgia (S. TERESA DO MENINO JESUS, virgem e doutora da Igreja — Nota Histórica)
Da autobiografia de Santa Teresa do Menino Jesus
(Manuscrits autobiographiques, Lisieux 1957, 227-229) (Sec. XIX)


No coração da Igreja eu serei o amor

Não obstante a minha pequenez, quereria iluminar as almas como os Profetas, os Doutores, sentia a vocação de ser Apóstolo... Queria ser missionário, não apenas durante alguns anos mas queria tê-lo sido desde o princípio do mundo e continuar até à consumação dos séculos. Mas acima de tudo, ó meu amado Salvador, quereria derramar o sangue por Vós até à última gota.

Porque durante a oração estes desejos me faziam sofrer um autêntico martírio, abri as epístolas de São Paulo a fim de encontrar uma resposta. Casualmente fixei-me nos capítulos XII e XIII da primeira epístola aos Coríntios; e li no primeiro que nem todos podem ser ao mesmo tempo Apóstolos, Profetas, Doutores, etc.... que a Igreja é formada por membros diferentes e que os olhos não podem ao mesmo tempo ser as mãos. A resposta era clara, mas não satisfazia completamente os meus desejos e não me trazia a paz.

Continuei a ler e encontrei esta frase que me confortou profundamente: Procurai com ardor os dons mais perfeitos; eu vou mostrar-vos um caminho mais excelente. E o Apóstolo explica como todos os dons mais perfeitos não são nada sem o amor e que a caridade é o caminho mais excelente que nos leva com segurança até Deus. Finalmente tinha encontrado a tranquilidade.

Ao considerar o Corpo Místico da Igreja, não conseguira reconhecer-me em nenhum dos membros descritos por São Paulo; melhor, queria identificar-me com todos eles. A caridade ofereceu-me a chave da minha vocação. Compreendi que, se a Igreja apresenta um corpo formado por membros diferentes, não lhe falta o mais necessário e mais nobre de todos; compreendi que a Igreja tem coração, um coração ardente de amor; compreendi que só o amor fazia actuar os membros da Igreja e que, se o amor viesse a extinguir-se, nem os Apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho nem os mártires a derramar o seu sangue; compreendi que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo e que abrange todos os tempos e lugares, numa palavra, que o amor é eterno.

Então, com a maior alegria da minha alma arrebatada, exclamei: Ó Jesus, meu amor! Encontrei finalmente a minha vocação. A minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, e este lugar, ó meu Deus, fostes Vós que mo destes: no coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor; com o amor serei tudo; e assim será realizado o meu sonho.

Fonte (texto): Secretariado Nacional de Liturgia (S. TERESA DO MENINO JESUS, virgem e doutora da Igreja — Liturgia das horas)

Outras NOTAS:

Santa Teresa do Menino Jesus, Virgem e Doutora da Igreja
Discreta e silenciosa, durante a vida quase não chamou a atenção sobre si. Parecia uma freira comum, sem nada de excepcional. Faleceu aos 24 anos, tuberculosa, depois de passar por terríveis sofrimentos. Enquanto agonizava, ouviu duas freiras comentarem entre si, do lado de fora de sua cela: "Coitada da Irmã Teresa! Ela não fez nada na vida... O que nossa Madre poderá escrever sobre ela, na circular em que dará aos outros conventos a notícia da sua morte?". Assim viveu Santa Teresinha, desconhecida até mesmo das freiras que com ela compartilhavam a clausura do Carmelo. Somente depois de morta seus escritos e seus milagres revelariam ao mundo inteiro a verdadeira envergadura da grande Santa e Mestra da espiritualidade. A jovem e humilde carmelita que abriu, na espiritualidade católica, um caminho novo para atingir a santidade (a célebre "Pequena Via"), foi declarada pelo Papa João Paulo II Doutora da Igreja.

Fonte (texto): Evangelho Quotidiano — Santa Teresa do Menino Jesus, virgem, doutora da Igreja (+ Lisieux, França, 1897)